30 de abril de 2013

Memoirs #5

A culpa foi minha meu amor.
Foi minha e só minha.
Eu é que não fui suficiente.
Eu é que não te consegui ajudar.
Eu é que não me deixei ser amada.

Sinceramente, digo-te, estou espantada por teres aguentado tanto tempo...
Por ME teres aguentado tanto tempo

Como é que foste capaz??
Como é que conseguiste tocar, beijar, até partilhares a cama com este nojo???
Não entendo, love, juro te que não.



Eu não te julgo.
Longe de mim.
Aliás, eu percebo tão bem, mas tão bem, que nem consegues idealizar, meu amor.

Eu não consegui ser quem precisavas que eu fosse e eu peço te mil misericordiosas desculpas por isso..
Por não ser bonita.
Por ser gorda.
Por não me deixar tocar.
Por rejeitar cada tua carícia.

A culpa é minha, não interessa que me dizes.
Eu é que te forcei a faze-lo...
Afinal, se eu fosse diferente, não o terias feito.
Terias resistido por mim
Terias lutado por mim



Mas se já nem eu, eu própria, eu mesma, tenho a decência de resistir e lutar pela minha própria alma, porque o farias tu?




Vamos ser francos, ambos sabíamos desde o início que tudo iria acabar.
Afinal, tu és tu e eu...eu não passo de mim...
Tudo isto já estava condenado ao abismo, desde aquele beijo ao luar da capela.
Desde aquele pender de mãos.
Desde aquele meu riso.
Desde aquele teu caloroso olhar.

**21 de Abril de 2011**


Podes ter a certeza que não esquecerei, meu amor.
Tudo o que aconteceu pode ter sido uma doce ilusão, mas, naquele momento, naquele dia, naquela promessa, eu acreditei, sabias?
Acreditei no amor.
Acreditei na felicidade.
Acreditei na esperança.
Acreditei em mim.


Foste o meu tudo e agora resumo-me a nada.
Respiravas por mim.
Teu coração batia em vez do meu.
Teu sorriso brilhava em tentativas de forçar o meu.


Agora...

Quero respirar mas meus pulmões não se contraem.
Meu coração cessou seu vital compasso.
Meu sorriso escurece em trevas.

Entreguei te minha vida, minha alma, meu ser.
Entreguei me a ti e não, love, não me quero de volta.
Não mais.
Eu sou tua.
Sempre.
Eterna.



Pensando melhor, não.
Não mereces carregar com minha essência nefasta em teu coração.
Tu não és merecedor de tal castigo; eu não me aceito de volta.

Bem, pega em minha vida, 
em minha alma, 
em meu ser,
e estilhaça-os de uma só vez.

Se realmente me amaste algum dia, reduz me a cinzas e pó.

(Amo-te love, pois o que aconteceu não foi tua traição.)