25 de dezembro de 2012

Fuck you all, you bitches x)

Estou TAO farta desta merda toda.
Desta merda de sociedade.
Desta merda de "amigos", de pessoas, de famílias..

 Eu apenas sinto que nao sou nada. Sinto que sou invisível, como um fantasma..E NINGUEM se apercebe..Ninguém faz nada..E depois admiram-se..Admiram-se quando ouvem que uma adolescente se automutilou, que tem um distúrbio alimentar, que sofre de depressao..A culpa é VOSSA! É VOSSA! De mais ninguém..




Se voces soubessem o que sao verdadeiramente, qual é o valor da vossa "humanidade", nao fariam o que fazem..Nao seriam tao cabras nem tao falsas..

Mas eu ja estou habituada..Afinal, sou sempre EU que me lixo, nao é?? Sou sempre EU a má da fita, a esquisita, a rejeitada..

Porque é isto que eu sinto..Que estou sozinha..
Abandonada neste mundo..
E eu esforço-me..eu esforço-me TANTO, MAS TANTO por vos agradar..Por ser alguém de quem voces, porventura, poderão aceitar.
Eu faço tudo por sorrir quando estou convosco, por tentar conversar sobre um assunto que seja do vosso agrado, por me integrar..
E eu estou FARTA, sabiam?? Simplesmente FARTA!

Estou farta de nao me integrar, de me sentir só, de sentir que sou um obstáculo, um alvo a abater..
Eu odeio me por ainda chorar por isto. Eu odeio ainda me preocupar com os vossos sentimentos, por ainda me esforçar por vos dirigir um sorriso de simpatia..
Mas, afinal, para que??
Apesar de tudo o que eu faço, nada muda..A vossa opiniao, atitude, seja lá o que for..ela nao muda..

E eu ainda nao consigo ultrapassar isso..

Há 17 anos que sou rejeitada constantemente e, mesmo assim, ainda tento só para me desiludir no fim..Mais uma vez..Como sempre, nao é verdade??

Mas, sabem, hoje apercebi me que tenho uma coisa em comum com voces:


Yeah, I HATE ME TOO*

19 de dezembro de 2012

Memoirs #1

E lá estava ela outra vez a sonhar, tentando abstrair-se da gritante realidade que a engolia.
 A menina encontrava-se deitada em cima da colcha rosa que embalava a sua cama, com os seus longos cabelos castanhos a emoldurarem o seu magrinho e inocente rosto. Tremia um pouco, é verdade, mas nada que pudesse inquietar outrem. Afinal, era apenas só mais uma vez.
Mas havia algo de curioso em todo aquele cenário. Ela, apesar de ser apenas uma criança, tinha a face cintilante, cristalina, angelical. Quem olhasse com mais atençao, veria que aquele brilho não era algo indulgente, mas sim doloroso.
Angustiante.
A menina mexeu-se um pouco, numa tentativa vã de cessar os tremores e agarrou com ainda mais intensidade o livro que pendia em suas maos. Pela forma que ela o tratava poderia pensar-se que o exemplar se tratava de algum colete salva vidas ou algo semelhante. E, de uma certa forma, até era. Aquele livro era o caminho que ela arranjara para encontrar um pó de esperança na areia daquele deserto em que se sentia. Ao mesmo tempo que lágrimas teimosamente caíam no seu colo, ela desfolhava as suas páginas, uma por uma, com carinho tal e tocante que consumia toda a magia daquele local.
Mais uma doçura, mais uma carícia.
Sempre assim, sem nunca parar.
Todavia, apesar da amargura que lhe dilacerava a sua tão jovem alma, ela transparecia serenidade, calma, nostalgia. A menina esboçava uma alegria tão pura, e simultaneamente tão impossivelmente falsa. Os seus pequeninos olhos terrenos lutavam para fixar as imagens do amigo por entre o nevoeiro. Quando ela conseguia ler as frases nele escritas, ela suspirava com um respirar tão deliciosamente desesperante que cortava o ar.
Mais uma doçura, mais uma carícia.
E assim continuava, por entre dores e salvadores, num pêndulo temporal e mundano.
Nada se ouvia, nada sussurrava. Os únicos ruídos eram os gemidos ocasionais da criança, quando esta já nao aguentava suprimi-los mais. Todo este ritual decorreu sem interrupção até que, sem aviso prévio, a menina fechou ternuramente o livro, beijou a capa e apertou-o contra si, num abraço grato e fraternal. Em seguida, embora trémula, ela levantou-se e deitou-o na estante. Derreteu por ele um último olhar e, com a cara já seca e o brilho de mágoa desvanecido, forçou um cintilante sorriso e, lentamente, saiu do quarto.

(Algures em Portugal, em tempo indeterminado)


 

10 de dezembro de 2012

Hope #1

Abro os olhos e nada vejo senão um abismo profundo. Um vazio de nada, com rastos de tudo que me impede de viver o mundo. Estações mudam, aragens suspiram, o calor tépido permanece.
Firme.
Ardente.
Cativante.
Todavia, meu acordar permanece igual.
Inalterado.
Impassível.
Todos os dias se arrastam numa sonolência sedutora, sombriamente melancólicos e enevoados por brumas obscuras e infernalmente sensuais.
No entanto, hoje se iluminou uma nova aurora. Um novo recomeço. Cada dia em que pensei entregar – me ao pecado, em que delirei de amargura e tormento assombrado, esmoreceu em mera memória reluzente no passado. Minhas íris adotaram novas tintas, tendo o futuro abandonado a sua paleta de negro adornada.
E, ao mesmo tempo que sorriso em mim nasce, enfeitiçado pela claridade que lentamente penetrava, minha alma se inunda num sentimento desconhecido, quente, agradável.
Sublime, majestoso, angelical.
A ventura eterna é recompensa tao palpável, tao bondosa, tao deliciosamente me oferecida que prontamente me curvo perante tal esplendor.
Após épocas tempestuosas de batalhas e revoltas, sangue jorrado e tonturas nefastas, por fim sinto que algo me incita a lutar. Um calor talhado a diamante pulsa no meu peito, divinal, sereno, ofuscante, que me prende ao desconhecido que se apresenta a doravante. Lágrimas condensam em canduras, afogando meu ser em macias ternuras. O paraíso afigura-se ilusão alcançável, não existindo qualquer escadaria entre a minha realidade e a utopia fantasiada. Tornados de outro amanhecer transfiguram-se em raios a ouro bordados, serenos, profundos como névoas incendiadas por anjos delicados.
Eu sou rainha, sou nobreza, sou divinizada.
E, pela 1ªvez em minha vida madrasta abro os olhos e, em vez de abismo, sinto proteção.
Uma harmonia de nada, com rastos de tudo. Depois da tempestade, vem a bonança; depois do desejo de trevas sou seduzida pela luz da esperança.

6 de dezembro de 2012

Sick and tired :X

Eu nunca pensei que fosse humanamente possível ficar tão farta de viver.
Tão farta de ter de respirar, de ter de sorrir, de ter de suspirar.
Tão farta de acordar todos os dias a perguntar me o porquê...

Sinceramente, eu estou a perdê-lo. O controlo.
Eu estou a perder o controlo.
Eu estou a perder tudo.
Eu estou a perder quem sou.
Eu já não me sinto eu própria.. Já não me sinto a mesma pessoa, desde aquele dia..
Aquele dia em que eu decidi enfrentar me a mim propria.
Desde aí, TUDO mudou..

Deixei de ler, deixei de estudar como costumava fazer, deixei de ter vontade de comer de 15 em 15 minutos.
Deixei de acordar docemente, deixei de escrever livremente, deixei de fingir..
Eu deixei de ser quem sou, quem fui e quem serei.
Deixei de querer saber o que está certo e o que está errado.

Virei as costas ao que sempre defendi e entreguei-me á dor.
Completamente. Totalmente. Afoguei-me.Perdi-me.
Perdi tudo, perdi a inocencia.
Perdi me a mim propria.